O que Dizem Mulheres Reais? Fios Brancos e as Descobertas de Marisa Pecly

Os fios brancos podem ser mais belos do que imaginamos. Eles são normais, decorrentes de um processo natural de nosso corpo. Aceitá-los fez parte de um processo de libertação e amor-próprio de uma das pessoas mais leves, gentis, delicadas e inspiradoras que conheço. Para entender como foi esse processo de aceitação, conversei com a Marisa Pecly. Participe, você também, de nosso bate-papo!

Baddu conversa com Marisa Pecly

BADDU

O que significa autoconfiança para você?

Marisa

Ter autoconfiança pra mim é ter a certeza de que consigo vivenciar as situações que a vida me apresenta com tranquilidade, sem stress e muita paz no coração. É poder viver cada momento da minha vida guiada pelo meu coração e sem me comparar com os outros. É poder viver com leveza, livre de autocobranças, sem me comparar com ninguém e sem depender da opinião dos outros.

BADDU

Como foi o primeiro momento em que se viu de cabelos brancos?

Marisa

O desejo já existia há algum tempo, e os cabeleireiros, fechados ao público, deram um empurrãozinho para que virasse realidade. Fui me acostumando aos poucos, porque o cabelo passou por um processo de transição que durou uns 4 meses até chegar ao ponto de não ter mais tinta. Esse período de transição me permitiu ir me acostumando aos poucos com a mudança. O que posso dizer é que fui gostando do novo visual e para ser sincera, achei que ficou até original! Rsrs...

BADDU

Poderia nos contar o que foi mais importante em seu processo de aceitação?

Marisa

Creio que foi me libertar da opinião das pessoas. Existe uma forte associação nas crenças das pessoas, em geral, que associam os cabelos brancos à velhice. E claro, ouvi muitas opiniões de apoio, mas ouvi também, muitas opiniões contrárias à minha decisão.

É ainda um desafio para as pessoas entenderem que a velhice não está associada aos cabelos brancos, às rugas, à idade porque o foco que é dado, ao físico e a aparência, é muito grande na sociedade em que vivemos. O brilho no olhar, a alegria de viver independem de idade, da cor dos cabelos, da quantidade de rugas.

BADDU

Como a beleza tem se incorporado, ultimamente, em sua vida?

Marisa

Com o passar do tempo, a beleza foi se tornando algo mais amplo, não meramente estético. São tantas formas de beleza! Tudo, do seu jeitinho particular, tem sua beleza. As pessoas carinhosas tem sua beleza, um sorriso amplo e vindo do coração tem sua beleza, o olhar que fala tem sua beleza.

Tenho procurado olhar para o mundo com menos julgamento, usando menos a razão e mais o coração. Quando a gente consegue colocar isso em prática, fica mais fácil de ver a beleza no mundo. É um exercício diário, porque fomos criados muito focados na crítica e no julgamento. É uma reinvenção diária de si mesmo.

BADDU

Acha que ter se visto de cabelos brancos te trouxe uma espécie de liberdade e autenticidade? Como descreve essa mudança?

Marisa

De uma certa forma, sim. Você sai do padrão esperado pela sociedade e se enquadra nos seus próprios padrões. Sem contar a libertação da escravidão de ter que pintar o cabelo frequentemente e da química decorrente da tinta.

BADDU

O que você diria para mulheres que desejam se sentir mais livres, belas e conectadas consigo mesmas?

Marisa

Olhem para si próprias como um ser integrado: com corpo, alma e mente. Portanto, dediquem-se a cuidar de cada uma das partes com carinho. Sigam seus corações. Libertem-se da dependência dos outros. Aprendam a gostar de suas próprias companhias. Curtam a natureza: um mar, um verde.... Reservem uns minutinhos para estarem com vocês, sem interrupção de nada, nem ninguém.

Não tenham medo de serem vocês mesmas (agradar a gregos e troianos é impossível! Rsrs... Portanto agradem-se a si mesmas antes). Pratiquem exercícios físicos. Procurem atividades que tragam satisfação e alegria. Cuidem da alimentação. Não tenham medo de se amar e de serem felizes!

Sempre teremos altos e baixos, mas usemos os momento "altos" para nos ajudarem a sair dos "baixos". Somos seres divinos e magníficos! Só precisamos ganhar esta consciência!