3 dicas para facilitar sua trajetória de mudanças de hábitos
- BADDU
- 18 de abr. de 2021
- 5 min de leitura

Já há algum tempo passei a observar como meus hábitos influenciam os resultados em minha vida. Percebi que em meu dia-a-dia, os hábitos estão presentes em praticamente todos os momentos, fazendo com que eu realize a maioria de minhas ações de forma automática. Eles determinam minha rotina e as consequências que eu mesma vivencio.
Os hábitos possuem um grande poder, não só em minhas ações cotidianas como escovar os dentes, tomar café da manhã, almoçar e tomar banho, como também em meu futuro, tanto de curto, como de longo prazo. Os hábitos que pratico hoje estão relacionados com minha saúde física, mental, emocional, com minhas conquistas, realizações e qualidade de meus relacionamentos. Ou seja, eles fazem parte de grande parte de minha existência.
Assim que comecei a perceber o tamanho da influência de meus hábitos, comecei a refletir sobre quais são de fato os hábitos que venho desenvolvendo e quais os resultados que obtive até então. Percebi que possuo inúmeros pequenos hábitos prejudiciais que pratico há muito tempo, e que é bastante difícil criar hábitos "bons" e "construtivos". Já parou para pensar há quanto tempo vem agindo de acordo com hábitos prejudiciais, que ao respeitarem certos padrões acabam te gerando sempre o mesmo resultado, te impedindo de dar novos passos em sua vida?
Já parou para pensar há quanto tempo vem agindo de acordo com hábitos prejudiciais, que ao respeitarem certos padrões geram sempre o mesmo resultado, e te impedem de dar novos passos em sua vida?
É impossível inúmerar a quantidade de hábitos prejudiciais que temos a capacidade de desenvolver, mas muitos de nós acabamos experienciando o excesso de açucar, carboidratos, álcool, cigarros, compras, internet, e sedentarismo em geral. Sem falar nos hábitos de julgar, reclamar e postergar tarefas, por exemplo.
Essas são apenas algumas das armadilhas em que nossas mentes vulneráveis, facilmente, se viciam. Durante esse período de quarentena, ficou claro para mim o quão fácil é desenvolver alguns desses hábitos, quando após apenas alguns dias sem sair de casa, comecei a achar os doces ainda mais deliciosos do que antes. De repente, comer um doce, ou pedir delivery de uma comida cheia de gorduras e carboidrados pareceu ser exatamente o que eu precisava para lidar com toda aquela ansiedade. E isso eu digo, aconteceu, literalmente, de um dia para o outro.
Os hábitos bons por sua vez, como me exercitar, facilmente começaram a ser descartados, como se eu não tivesse mais força para suportá-los. Por isso essa questão me intrigou tanto. Já era claro para mim a facilidade que temos em criar hábitos ruins e a dificuldade em implementar bons hábitos, mas durante esse período, tive ainda mais convicção da importância em estar, mais do que nunca, atenta ou pelo menos, consciente desse movimento. Veja algumas das descobertas que me fizeram sentido e veja se fazem para você também.
1-) Como o Mindfulness nos ajuda a lidarmos com os maus hábitos
Por que, muitas vezes, comemos mais do que realmente precisamos? Por que não é suficiente apenas uma bolacha, mas sim 6 ou mais? Por que não comemos apenas um pedaço de chocolate, mas sim quase a barra inteira? Em seu livro "O poder do hábito", Charles Duhigg nos explica a relação dos hábitos e os gatilhos criados por nossas mentes. Resumindo, ele nos diz que os hábitos são gerados pelos mesmos gatilhos, então ao os identificarmos fica mais fácil de pararmos de realizar sempre os mesmos hábitos prejuciais. Por exemplo, perceba o que faz com que você procure um doce durante sua tarde. Tédio, stress ou ansiedade podem ser os gatilhos que te geram a necessidade de comer doces, portanto, sempre que sentir esses sentimentos, procure relaxar de outra forma.
Depois de tentar algumas vezes identificar os gatilhos de meus hábitos, percebi que essa ação não era suficiente para que eu deixasse de praticá-los. Mesmo sabendo que o tédio me gerava vontade de comer doces, tudo o que eu queria era simplesmente comer os doces. Comecei a notar então, que a medida em que comia os doces de forma consciente, passei a comê-los em menores quantidades, o que já era um avanço para mim.
As menores quantidades me motivaram a continuar a prática desses momentos de forma consciente do começo ao fim. Desde quando a vontade surgia até como eu me sentia após realizar a ação. Conforme observei todo o processo sem julgamento, apenas através da observação tudo ficou mais nítido. O efeito gerado pelo açúcar em meu corpo era de relaxamento, primeiramente, e após algum tempo, cansaço, desânimo e uma espécie de "neblina" mental. Vizualizar e observar os fatores químicos desse processo me ajudaram a diminuir um pouco da "ilusão" gerada pelo açúcar. Passei a comemorar quando comia apenas alguns quadradinhos, ao invés da barra inteira de chocolate.
2-) Se perdoar e não se culpar
Porque mesmo após meditar e praticar Ioga há algum tempo ainda sinto tanta dificuldade em implementar bons hábitos e substituir os ruins em minha vida? Essa é uma das perguntas que sempre me faço. Como é possível ser tão difícil acordar cedo, praticar exercícios, Ioga, meditação, trabalhar, ter uma alimentação saudável, comprar apenas o necessário, manter relacionamentos construtivos e uma conta bancária "agradável"? Ao longo do tempo, percebi que a medida em que conseguia o sucesso com alguns desses pontos, encontrava o fracasso em outros. Para mim, era como uma balança, quando uns estavam em "alta", outros estavam em "baixa". O sentimento mais comum é o de culpa em situações como essa, e quando nos damos conta, nos sentimos culpados, praticamente, o tempo todo.
A medida que procurei parar de me culpar, e apenas observar meus sentimentos, passei a ter alguns ganhos nesse processo. O principal deles, foi o de autoconhecimento. Passar a entender os porquês, sem julgamentos, nos mostra mais sobre nós. Deixar de nos culparmos, abre uma janela para a compressão maior de quem somos e quais são nossos limites. Não se culpe, utilize o resultado de seus atos como uma oportunidade para aprender mais sobre si mesmo.
Passar a entender os porquês, sem julgamentos, nos mostra mais sobre nós. Deixar de nos culparmos, abre uma janela para a compressão maior de quem somos e quais são nossos limites. Não se culpe, utilize o resultado de seus atos como uma oportunidade para aprender mais sobre si mesmo.
3-) Mas afinal, como mudo meus hábitos?
A mudança de hábitos, pelo menos para mim, parece ser algo gradual, lento, que exige resilência, paciência, maturidade e disciplina. Pode levar anos, ou até vidas inteiras. No episódio "Why your bad habits may be getting worse - and how mindfulness can help" do Podcast "Ten Percent Happier", o Dr. Jud Brewer nos conta que a maioria de seus pacientes somente possuem força suficiente para transformar seus hábitos, quando possuem clareza em relação ao tamanho de seus sofrimentos. Ou seja, ter consciência das consequências dos maus hábitos, pode nos levar a mudança definitiva.
A cada dia percebo mais o quão vulneráveis e sensíveis são nossas mentes. Os sentidos são "apaixonados" por sensações e facilmente nos deixamos levar por aquilo que nos gera prazer imediato. Geralmente, os hábitos que nos geram prazer imediato com níveis de esforços, relativamente, baixos são prejudiciais para nós de alguma forma. Alguns pontos como longevidade e saúde, me parecem suficientes para iniciarmos nossas jornadas. Tenho certeza de que inúmeros outros ganhos os acompanham. Não é fácil, sim, isso já está claro para mim. Mas a consciência é nossa aliada para nos guiar nesse caminho. E você? Qual é sua relação com seus hábitos? Conte para nós, adoraríamos saber mais sobre sua trajetória!
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